quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

2011: O ano em que me tornei gente grande

Eu tenho muita coisa para compartilhar, não queria ser injusto e deixar passar detalhes de um ano tão importante na minha trajetória como foi 2011. Foi o tempo de muitos acontecimentos, amadurecimentos, decepções, extrema felicidade e tristeza também da mesma forma. Vivi vários tempos dentro de apenas (quase) 365 dias que só agora estão se findando, a impressão que fica é que foram bem mais do que isso, perdi a noção do tempo várias vezes, e esta foi apenas uma das peculiaridades do Sr. 2011.

Quero muito fugir dos clichês e também da pieguice característica que podem emporcalhar registros como este, sendo assim, tentarei discorrer um pouco sobre os fatos/momentos mais importantes.

Pra quem sempre reclamou por não ter férias, janeiro e fevereiro foram cruéis por terem sido tão tediosos, apesar de que paralelamente, já estava me preparando para iniciar a minha montagem de formatura “As Bruxas de Salém”, juntamente com os meus nobres colegas que fecharam 2010 comigo em temporada com o espetáculo “FIM DE PARTIDA”, de Samuel Beckett.

Neste começo tive um surto criativo e escrevi muito, principalmente poemas, surgiram coisas interessantes e outras nem tanto. Isso se deu, devido à abertura da minha escuta interna, tudo que acontecia prendia a minha atenção e automaticamente era desencadeado um processo de análise muito forte, e isto me serviu de subsídio para escrever, expus nos meus escritos sentimentos crus e muito verdadeiros. A vida foi se mostrando como ela é ou deve ser na sua essência, as pessoas vão passando pela peneira da seleção natural, fato este que me deixou muito assustado, muitas não atravessam a peneira por opção. Chega até a ser chocante em alguns casos, mas tudo bem, a vida é assim mesmo, e como bem diz aquela música de Milton Nascimento "tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai pra nunca mais", e assim vou seguindo tentando olhar pra frente mas não deixando totalmente de olhar o que passou.

Tantas coisas boas aconteceram na minha vida, um milhão de oportunidades de ouro todas ao mesmo tempo, temi até não conseguir suprir todas, mas a minha força foi se renovando a cada desafio. Se 2010 foi um ano das maiores oportunidades que me surgiram, 2011 em seus três primeiros meses já me deixava sem fôlego.

O teatro mais uma vez foi o meu apoio mais sincero, apesar de ser o que mais me exigiu, por outro lado, também foi o que mais me consolou nas minhas lamuriações. Experienciei o processo mais intenso que ele pôde me proporcionar até hoje, montar "As Bruxas de Salém" não poderia ter vindo em momento melhor, no que diz respeito à significação que isso sugere a mim particularmente, caçar as bruxas em si mesmo e nos outros foi uma tarefa surpreendente em todos os sentidos.

Paralelamente, ao processo de montagem no teatro (daqui a pouco retomo mais detalhes), recebi alguns reconhecimentos literários importantes, e pude participar de duas antologias publicadas em São Paulo-SP, uma pela Scortecci Editora e outra pela BELACOP Livros, recebi alguns exemplares em casa e compartilhei com familiares, amigos e admiradores do meu trabalho. E agora no final do ano, obtive mais um reconhecimento através do Prêmio SESC de Poesia Carlos Drummond de Andrade, fui um dos finalistas e vou integrar, juntamente com mais 34 autores selecionados, uma antologia do prêmio prevista para o ano que vem, e que terá publicação em Brasília, promovida pelo SESC-DF.

Voltando agora um pouco no calendário, em abril organizei uma aula de campo da faculdade em São Paulo-SP. Tudo começou ainda nas férias letivas de janeiro/fevereiro, ter novamente um contato com o Armazém Cia de Teatro já era uma necessidade desde o arrebatador "Inveja Dos Anjos", a partir da minha idéia inicial, movi tudo para que se tornasse realidade.
Mobilizei pessoas a fim de compartilhar comigo tudo que um grupo de teatro tem de melhor a oferecer: Teatro em estado puríssimo.
Foram dias e mais dias de produção, contatos, reservas, pagamentos, confirmações, envios, recebimentos, enfim, tudo que uma produção vitoriosa tem que passar para merecer ser chamada de vitoriosa. Pude conferir o espetáculo "Antes da Coisa Toda Começar", novo trabalho do Armazém Cia. de Teatro, estar com eles foi o que me motivou a organizar e articular a ida a São Paulo. E mais ainda foi sentir que todo o esforço valeu a pena.
Uma das grandes surpresas da noite, foi o presente que recebi do diretor Paulo de Morais, um DVD do espetáculo "Inveja Dos Anjos", na hora fiquei sem palavras, sem ação, porém, muito emocionado com a atenção e carinho do grupo comigo. É uma coisa que nunca mais sai da minha memória, seja enquanto artista ou enquanto pessoa. Quero muito agradecê-los, deixando claro mais uma vez a minha admiração por todos eles, e que continuem nos presenteando a cada trabalho.

Retornei a Blumenau em julho, para mais uma edição da Jornada Latino Americana de Estudos Teatrais, promovida pela Universidade Regional de Blumenau, foi apresentar o pôster intitulado: “Formação de Espectadores, o teatro de rua como possibilidade de formação de espectadores na cidade de Uberlândia”, sob orientação da Profª Drª Ana Carneiro. Foi mais um momento importante de troca e diálogo com as pesquisas em teatro que estão acontecendo atualmente no Brasil e na América Latina. O frio foi um presente à parte, afinal nunca tinha pegado 2ºC. Experiência única.

De aniversário ganhei a minha CNH, depois de tempos com tantos entraves, finalmente a conquistei, finalizando um processo de muita baixaria, falta de respeito e extorsão feitos por uma auto-escola renovada da cidade. Enfim, deixei para que a vida cuidasse disso, e acho que foi a melhor escolha. Procurei uma outra auto-escola que realmente valesse a pena e finalmente, o documento veio no momento em que eu mais precisava. Graças.

Voltando ao espetáculo “As Bruxas de Salém”, estreiamos como convidados no Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana, dentro da Mostra das Escolas Mineiras de Ensino Superior, dia 19 de julho às 20h, nos palcos do Teatro Ouro Preto, o trabalho foi mostrado pela primeira vez, contamos com um público presente e muito atento. Estar ali foi um presente, para todos do grupo, pois lutamos muito para que o espetáculo acontecesse, abrimos mão de férias, finais de semana, contato com a família, relacionamentos, enfim, para nos dedicarmos ao trabalho, e com certeza fomos recompensados. Voltamos para Uberlândia, e fizemos uma temporada muito positiva, com grande participação do público da cidade, principalmente o não-acadêmico. Dificuldades apareceram aos montes, mas o grupo soube contorná-las com muita atenção e disponibilidade, e fizemos valer a nossa intenção que era mostrar o trabalho o maior número de vezes possível.

2011 também foi o ano dos grandes presentes, em setembro entrei em um avião pela primeira vez para realizar um sonho, que num primeiro momento até considerei um pouco de loucura, mas que resolvi lutar para que se tornasse algo real e concreto. Cheguei ao Rio de Janeiro para presenciar o maior Festival de Música do Mundo, o 'ROCK IN RIO', oportunidade única e marcante. Na noite do dia 24/09 juntamente com mais de 100 mil pessoas vivi o melhor show da minha vida com o RED HOT CHILI PEPPERS, ao vivo e a cores televisionado para o mundo inteiro. Enfim, é muito impactante ter noção de ver um sonho se realizando na sua frente como foi estar no Rio e envolto a tudo que foi aqueles dias.
Por isso defendo que devemos sonhar sim, mas acima de tudo lutar para que os nossos sonhos se tornem reais, ter essa experiência me trouxe muita consciência nesse sentido. Acreditar e lutar são os ingredientes principais para uma coisa que grande parte das pessoas buscam em todos os setores da vida: REALIZAÇÃO.

2011 vai se finalizando, e junto com ele a minha graduação em Teatro. Após quatro anos e meio de muita luta, percalços, alegrias, surpresas, superação, tristezas, crises, indignações, brigas, mal-entendidos, belíssimas viagens, preciosas oportunidades etc, o meu tempo lá se esgotou, chegou a hora de buscar novos ares, novas pessoas, novas oportunidades e novas superações. E espero que 2012 traga isso embutido nos seus mistérios, e que daqui um ano eu possa estar aqui novamente contando tudo o que ele me aprontou, e considerando como saldo positivo, como foi 2011. Não consegui dizer tudo, mas a maior parte de tudo está aí, mesmo que talvez um pouco subliminarmente.
Termino com uma frase que resume o meu atual momento, e as minhas expectativas para o ano que vai se iniciar.

"Não sei onde vou chegar, só sei que estou no caminho."

E que venha o Sr. 2012. Modificar o que precisa ser modificado.
Forte abraço a todos.

domingo, 27 de novembro de 2011

"A Pantera e o Garotão", uma noite em memória do Teatro Brasileiro

Olá amigos...
Venho compartilhar com vocês mais uma grande experiência que vivi esta semana em viagem a Brasília, tive o privilégio de conhecer a atriz MARIA ALICE VERGUEIRO. E claro, o "Tapa na Pantera" foi apenas um dos trabalhos da grande atriz que ela é com mais de 50 anos de atividade. Melhor do que estudar a história do Teatro Brasileiro no século XX, é ouví-la de quem a presenciou e fez parte dela. Conheci o projeto 'Mitos do Teatro Brasileiro' no CCBB-DF, patrocinado e apresentado pelo Banco do Brasil e Ministério da Cultura, este especificamente em homenagem à Dina Sfat, com as participações especiais de Edney Giovenazzi e claro, da Maria Alice que conviveram e trabalharam com Dina, depoimentos emocionantes e cheios de detalhes que a história muitas vezes não conta.

Maria Alice me recebeu com tamanha disponibilidade e atenção que me impressionaram, conversamos um pouco e claro, não poderia deixar de registrar esse momento.

Enfim... o grande barato disso tudo é poder entrar com contato com as gerações que nos antecederam, devemos sempre recorrer à memória dos que vieram antes de nós para buscar o entendimento de nós mesmos, precisamos desse contato, mesmo que talvez não ocorra pessoalmente como tive a sorte, mas temos algumas possibilidades interessantes (livros, entrevistas, biografias, depoimentos etc).

VIVA O TEATRO E OS SEUS ENCONTROS!
VIVA A MEMÓRIA DO TEATRO BRASILEIRO!

sábado, 5 de novembro de 2011

Nova fase!

Estou inaugurando uma nova fase do blog "ESCREVER PRA VIVER", e para comemorar um design novo foi pensado e colocado em prática pra facilitar a leitura e navegação.
2012 vem trazendo muitas novidades, ao poucos vou compartilhando com vocês, e aumentar a minha produção bibliográfica é um compromisso com todos vocês que me acompanham.

Um abraço e aguardem os próximos posts.

domingo, 9 de outubro de 2011

Prêmio Literário!


Resultado - Prêmio SESC de Poesia Carlos Drummond de Andrade

Adolfo Boiça Moinhos - Aracnocilia - MG
Carlos Eugênio da Silva Rêgo - Enredo cortado em vários pontos - DF
Cristopher Zandoná Schneider - Beleza Esquecida - RS
Daniel Retamoso Palma - Ventanas - RS
Denivaldo Piaia - Benditos os frutos - SP
Éder Rodrigues - Eternamente Manoel - MG
Eduardo Humberto Ferreira - Vocalidades - MG
Felipe Fernandes Freitas - Pequena Retratação - DF
Francinilto Batista de Almeida - Lições de Vida - CE
Francisco Alves Gomes - O riso e o louco - DF
João Elias Antunes de Oliveira - Herança - DF
Jorge Amâncio - Página 13 - DF
José Carlos Santos Peres - A vida num tango - SP
Juliana Aparecida Moreira - Primeiras Lições - SP
Juliana Diniz Bernardo - Lapidar - SP
Leonardo Motta Tavares - Indigesto Irrecusável - DF
Luis Cunha Pimentel - A musa reclusa - RJ
Manuel Carlos Montenegro - JJ 3071 - BSB-POA - DF
Mara Lúcia Senna Oliveira Vieira - Estrada - SP
Márcio Davie Claudino da Cruz - Para viver uma grande dor - PR
Marcos Airton de Sousa Freitas - Férrea Estação - DF
Maria Margarete de Souza - De seabra à feira - DF
Mariane de Campos Severino - Utopia - SP
Morvan Ulhoa de Faria - O amor é transmitido de pessoa a peçonha - DF
Paulo Franco - A bica - SP
Paulo Gléri Bacedônio - Ventoavante - RS
Paulo Roberto da Silva Nunes - Horas de silêncio - DF
Paulo Sérgio Sena Santos - Criatura - DF
Paulo Sérgio Sena Santos - Sobre o tempo - DF
Reinaldo Ramos da Silva - Mesmo de mim - RJ
Ricardo Carranza - A lenda da Flor - SP
Rogério Luz - Ritual - RJ
Rosana Banharoli - Antagônico - SP
Rui Werneck de Capistrano - Brechó de Novidades - PR
Silvana Michele Ramos - Exploração - PA

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Quando um sonho se torna realidade

Exatamente há uma semana atrás, eu entrei em um avião pela primeira vez para realizar um sonho, que num primeiro momento até considerei um pouco de loucura, mas que resolvi lutar para que se tornasse algo real e concreto.
Cheguei ao Rio de Janeiro para presenciar o maior Festival de Música do Mundo, o 'ROCK IN RIO'... oportunidade única e marcante. Na noite do dia 24/09 juntamente com mais de 100 mil pessoas vivi o melhor show da minha vida com o RED HOT CHILI PEPPERS, ao vivo e à cores televisionado para o mundo inteiro. Enfim, é muito impactante ter noção de ver um sonho se realizando na sua frente como foi estar no Rio e envolto a tudo que foi aqueles dias.
Por isso defendo que devemos sonhar sim, mas acima de tudo lutar para que os nossos sonhos se tornem reais, ter essa experiência me trouxe muita consciência nesse sentido. Acreditar e lutar são os ingredientes principais para uma coisa que grande parte das pessoas buscam em todos os setores da vida: REALIZAÇÃO.

"O ser humano é feito da matéria dos sonhos" - William Shakespeare

Compartilho com vocês um pedaço do que foi uma noite emocionante:

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Águas da Alma


[Trecho do Poema]

[...]
Enxarco o rosto com água corrente,
crio a falsa sensação de desabafo,
sei que as lágrimas verdadeiras
estão se acumulando em algum lugar,
quero encontrá-las e dedicar confidências.

A poesia que agora fala por mim,
age por minúncias,
e antes da palavra final
o lápis perde a firmeza,
a vista embaralha,
uma lágrima escapa
e abraça o poema. [...]

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Fátima - Capital Inicial



Vocês esperam uma intervenção divina
Mas não sabem que o tempo agora está contra vocês
Vocês se perdem no meio de tanto medo
De não conseguir dinheiro pra comprar sem se vender
E vocês armam seus esquemas ilusórios
Continuam só fingindo que o mundo ninguém fez
Mas acontece que tudo tem começo
Se começa um dia acaba, eu tenho pena de vocês

E as ameaças de ataque nuclear
Bombas de neutrons não foi Deus quem fez
Alguém, alguém um dia vai se vingar
Vocês são vermes, pensam que são reis
Não quero ser como vocês
Eu não preciso mais
Eu já sei o que eu tenho que saber
E agora tanto faz

Três crianças sem dinheiro e sem moral
Não ouviram a voz suave que era uma lágrima
E se esqueceram de avisar pra todo mundo
Ela talvez tivesse um nome e era: Fátima
E de repente o vinho virou água
E a ferida não cicatrizou
E o limpo se sujou
E no terceiro dia ninguém ressuscitou

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Com apenas 21 anos de idade, eu já aprendi:


-> Que respeito deve estar acima de tudo e em todos os momentos. Sem ele não há prosseguimento em nada.
-> Que escolhas devem ser honradas e não mudadas a todo momento.
-> Que ódio e amor são sentimentos irmãos, andam de mãos dadas, amor pode se transformar em ódio, e ódio pode se transformar em amor.
-> Que não importa o quanto você trabalhe e seja digno alguém não perdoará essas qualidades em você.
-> Que as pessoas mentem, a gente também.
-> Que uma música ou poema podem despertar lágrimas incrustadas no fundo da alma e trazer uma melhor maneira de lidar com o nosso íntimo.
-> Que quando você alcança um objetivo os próximos ficam mais brilhantes e sedutores.
-> Que dói muito quando você não pode dividir uma conquista com quem já se foi.
-> Que é presente de Deus você poder escolher o seu caminho.
-> Que a espiritualidade está em absolutamente tudo.
-> Que o seu brilho sempre pesará mais para uma mente perturbada
-> Que é preferível ser enganado do que enganar.
-> Que muitos discursam em nome de Deus, e se faz bem pouco na prática.
-> Que ter “dó” é colocar alguém em uma situação da qual a pessoa não tem como sair. É menosprezar as capacidades e potencialidades de um ser humano.
-> Que errar faz parte do processo de aprendizagem de cada um, mas continuar no erro é gastar uma energia importante que nunca voltará.
-> Que ingenuidade a gente vai perdendo ao longo do caminho.
-> Que a vida vai me munindo de armas que ela mesma vai exigir mais à frente.
-> Que tenho muito que agradecer e quase nenhum motivo para reclamar.
-> Que dinheiro não trás felicidade, mas sim uma boa qualidade de vida, e que você pode ser feliz sem ter tudo o que as pessoas querem que você tenha.

... (Continua)

(Novas impressões ainda serão acrescentadas aqui até o dia 1º de setembro, o meu último dia com 21 anos.)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Sobre o estado presente...



DESLIGAMENTO: Ação ou efeito de desligar; Falta de ligação ou de nexo; desconexão.

ROMPIMENTO: Ação ou efeito de romper ou romper-se; Rasgão; quebra; abertura; Quebra de relações entre pessoas ou países: rompimento de relações.

TRANSMUTAÇÃO: Ação ou efeito de transmutar; Mudar, transformar, converter.

OBS: Junte os significados e construa sua própria conclusão, não deixe de utilizar a sua experiência de vida para isso.

domingo, 3 de julho de 2011

Sobre conquistas e difusões [...]


Há tempos que queria fazer um post especial a dois momentos importantes da minha trajetória literária, e agora que já tenho essas conquistas em mãos posso falar com mais propriedade sobre elas.

► A primeira foi com o III Prêmio Literário Canon de Poesia 2010 (Livro Azul), concurso importante e de alcance nacional do qual me inscrevi e tive o meu poema "PROCURA-SE" como um dos 50 selecionados, em um número superior a 3.000 inscrições. Foi feita uma antologia com os ganhadores publicada pela Scortecci Editora (SP).

► A segunda foi a premiação no 1º Concurso de Poesias BELACOP Livros (Livro Vermelho), onde os poemas "Ruir-se" e "Pausa" foram contemplados para integrarem a antologia poética lançada pela editora e vendida para o todo o Brasil.

Após um período de ansiedade recebi os livros em casa, a emoção foi muito grande e importante como incentivo para continuar escrevendo, acho muito pertinente a existência desses concursos, pois eles muitas vezes são tudo o que um autor espera como contrapartida de sua produção literária, só obtemos um respaldo técnico do que é escrito com o retorno que temos dessas oportunidades. Isso tudo independe de prêmio financeiro, o mais importante é ver o que se escreve em circulação. Um autor compenetrado com o seu trabalho pensa nisso em primeiro lugar. Quero agradecer muito a oportunidade para a Canon do Brasil e à BELACOP Editora. Continuem com essas iniciativas que promovem a criação humana e a difusão da beleza por meio das palavras.


Para quem ainda não conhece os poemas premiados, estão inseridos abaixo:

Procura-se

Nos campos sinuosos da vida,
Estou à procura,
Sem saber do quê.
A pesquisa do que pode ser
É lenta, dolorosa, reflexiva, e até compensadora...

Cada passo neste caminho tão surpreendente,
É uma nova possibilidade que se abre,
Um novo modo de se enxergar,
E se preparar para o que pode vir.

Nesta busca me perco,
E os detalhes me distraem,
Tirando-me a noção do todo,
Do que é divino, profano e acima de tudo essencial.

Esse estágio etéreo, e talvez imutável, pois que seja.
Exaltam os caminhos por onde já passei,
Deixando a mostra tudo o que é plausível,
E daqui em diante?
Não aceito expectativas que não sejam as minhas,
O bem e o mal é apenas um ponto de vista,
Procurar e não encontrar é tolerável.

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► Ruir-se

Nas ruínas indeléveis
Da minha memória
Avisto outras ruínas paralelas,
tão próximas e firmes
que causam impossibilidade,
e o caos se aconchega como criança.

O outro rui,
minha casa rui,
meu cachorro rui,
o Ravel na prateleira rui,
por conseqüência o meu ser também rui,
respiro a poeira que está sob a cômoda.,
tão dissimulada e parada
que contamina e faz o tempo impreciso...

Estar sob a eminência de desabar
Não faz dessas ruínas medrosas,
Mas sim, muito autoconfiantes de si...
Vejo que o jogo se torna impossível
E o que me resta?

Minha visão é o espelho ditador,
o [único] dever é através dele
enxergar um mundo em que nada se mexe.
A brisa que transpassa é inútil...
A lei é continuar.
Continue.



► Pausa

A cada passo
gero um compasso
e o verso se completa.

Melhor dizendo,
se finge completar,
ele é igual ao seu dono...
[imperfeito, insolente, inacabado]

Pausa,
Anda,
Pausa, encontra o eixo, anda pela rua e sente a morte,
O mesmo que chega não é o mesmo que saiu.

Águas do céu borram as verdades
e os segredos escorrem dos meus pés, sujando o caminho.

Os meus rastros compõem uma trajetória,
o caminho só existe quando eu passo...
Os infortúnios trazem alento,
Quero entrar, bater a porta,
e sonhar o que não pode acontecer agora.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Da Culpa

Por SHYRLEY PIMENTA
FONTE: http://www.correiodeuberlandia.com.br/pontodevista/2011/06/14/da-culpa/


Compreender a totalidade do ser é o nosso grande desafio. Daí a necessidade de refletirmos sobre a dimensão da culpa, sobretudo a própria, superando o medo de nos depararmos com segredos, guardados a sete chaves. Tal reflexão se torna mais urgente diante da perplexidade, da desorientação, da dissolução dos parâmetros éticos, que tão bem caracterizam nossa frenética modernidade urbana, industrial e tecnológica.
A crueldade e a injustiça, nos seus mais variados níveis e formas, habitam o coração humano. Traições, mentiras, astúcias, arbitrariedades são a matéria-prima da qual se tecem as trajetórias e os descaminhos dos homens, responsáveis pelo caráter brutal das realidades sociais.

E não estamos falando de uma pretensa culpa coletiva, que tende a diluir no tempo, no espaço e na memória o sentimento de culpa de cada indivíduo. Também não basta buscar abrigo, o alívio ilusório das próprias culpas, nos valores religiosos de igrejas, atualmente tão disfuncionais. E se aquietar, apaziguado, conformado, consolado.

Para conhecer e metabolizar a culpa, a palavra certa é abismo. Há que mergulhar fundo nas próprias inquietações e perplexidades, nas angústias e conflitos, nos sentimentos difíceis de cada dia. E não existem mensagens salvadoras. Cada um é responsável por superar as arestas do próprio destino. No máximo, nessa árdua tarefa, é possível estender a mão uns aos outros, como cúmplices ambíguos, que manipulam e se aproveitam dos papéis que desempenham nessa comédia humana. Não há como escapar das dualidades fáceis e cômodas, pois nenhum de nós é simplesmente vítima passiva. Nenhum de nós é, apenas, herói ou bandido.

Portanto, estamos todos convidados à incômoda tarefa de recitar o próprio “confiteor”. Para tanto, usamos a palavra – que celebra a memória – na luta para preservar do esquecimento o passado e suas marcas de violência e tortura, em grandes ou pequenas escalas. Assim sendo, abrimos mão da apatia, do silêncio conformista, da tendência a “esquecer” ou relativizar o mal praticado. Precisamos, a qualquer custo, impedir a destruição da nossa capacidade de refletir, para que não nos implantem próteses definidoras de “bem” e de “mal”, ao sabor das conveniências e dos interesses, próprios ou alheios.

Nisso, também, a arte pode ajudar-nos, já que ela reproduz, com rara propriedade, as razões obscuras que motivam os homens a pensar, sentir e agir, para o bem ou para o mal. A poesia, por exemplo, cria em nós um espaço livre para a indagação, a expressão do desejo, o perdão, a reconciliação, a alegria, a esperança.
E, nesse processo de autodescoberta (onde foi mesmo que eu perdi o fio da meada?), a Psicanálise é fundamental. Ultrapassando as explicações, aparentemente lógicas, a Psicanálise desnuda nossas motivações inconscientes: nosso narcisismo exacerbado, nosso apreço exagerado pelo exercício do poder, nossa sede exagerada de lucro, a crença de que somos todo-poderosos, de que estamos acima da lei, acima do bem e do mal. Tenhamos em mente: a vida é uma frágil elegia, mas tudo o que se perde e passa, de cada breve momento jamais se apaga. (Alberto da Costa e Silva).

Shyrley Pimenta
Uberlândia (MG)
ivsant@terra.com.br

segunda-feira, 13 de junho de 2011

[Sobre Religião, Crenças e Tudo ao Redor]


Há tempos gostaria de escrever algo sobre este assunto, e os motivos vão se somando com o passar dos últimos tempos. É um tema delicado, e que somente temos propriedade para tratá-lo a partir da nossa vivência particular e totalmente intimista, e mais ainda quando não agredimos as pessoas que, assim como nós, também têm o livre arbítrio para pensar e fazer o que bem entendem.

Religião, vem do termo 'religare', que significa religar. Pensando assim, é o que te conecta com o divino, com uma energia superior que chamamos de Deus. Acredito muito que a formação de um indivíduo em qualquer cultura que seja não está completa quando se ausenta a parte religiosa, seja ela qual for, a criança precisa ser ensinada a buscar essa ligação com a energia maior que guia todas as coisas. Independentemente se ela vai seguir isso na vida adulta ou não, afinal, bases bem construídas, dificilmente ruirão.

No meu caso particular, tenho a sorte de ter escolhido o meu caminho religioso desde muito cedo, nada me foi imposto, apesar de sempre buscar a religião e os ritos religiosos, fui batizado na igreja católica, para a grande felicidade do meu avô que não queria morrer e deixar o neto pagão, fazia questão, e hoje agradeço muito por isso, pois foi a partir daí a grande abertura de consciência que eu tive mesmo com tão pouca idade.

Minha formação religiosa é católica apostólica romana, creio em Deus, em Jesus Cristo, na Virgem Maria, e na Santíssima Trindade. Fiz catequese e fui coroinha na Igreja Nossa Senhora das Dores - tradicional na cidade - lá estão fincadas as minhas verdadeiras bases cristãs, é onde me sinto em casa, me sinto bem, conheço as pessoas e consigo compartilhar.

A verdadeira intenção deste post é levantar a reflexão, sobre nós mesmos, as nossas atitudes e principalmente nossa dedicação a Deus e às pessoas, próximas ou não. Com o meu trabalho no teatro estou vivendo um período muito interessante de observação e questionamentos sobre as religiões. Todas tem uma lógica, e essa mesma lógica é linda, emocionante, e digna de crédito, sem generalizações mas e o que se pratica 'baseado' nela? Aí está a grande questão, não cabe a mim ficar apontando as falhas, elas existem e todos sabem, fui capaz de fazer esta reflexão pois estou lendo o livro "A Ética Protestante e o "espírito" do capitalismo, de Max Weber. É uma leitura super interessante. Recomendo para pessoas de qualquer religião, ou até mesmo ateus.

Quero terminar com a seguinte reflexão: Eu acredito em Deus por dois simples motivos, porque ele nos deu o Livre Arbítrio para que nós tenhamos a grandeza de escolher o que queremos, e também porque a Lei do Retorno (Causa e Efeito) - que é arcar com as conseqüencias de tudo que fazemos - rege o universo. Pecado para mim é menosprezar a crença alheia, fazer mal aos outros, e não reconhecer o bem que fazem a você.

Aguardo comentários.
Um boa semana a todos.

sábado, 4 de junho de 2011

Movimento


[Trecho do Poema]

Quando não sabe o que se sente,
não é bom escrever,
mas a tentativa de descobrir
É a minha desculpa peculiar.

As importâncias vão mudando de lugar,
não sei onde me encaixo,
ou mesmo se devo me encaixar. [...]

04/06/2011
Às 09:56h
Uberlândia-MG

terça-feira, 31 de maio de 2011

Fast Car - O poema

[Trecho do Poema]...

O início aciona o meu inconsciente,
o estado de prontidão e prazer se instaura.
A luz está baixa,
o frio e o copo de whisky caro bem ralo
são as minhas companhias hoje.
A letra começa,
fala de dois seres que poderiam ser qualquer um,
mas não são...

“You got a fast car
I want a ticket to anywhere
Maybe we make a deal
Maybe together we can get somewhere”

São palavras simples de um amor rebuscado,
A cada novo verso os sentidos se desvendam,
encaixando entre duas vidas
que um dia se encontraram
num clima Fast Car.
[...]

► Acompanhe uma versão atualizada do clássico de Tracy Chapman

Tracy Chapman - Fast Car (Boyce Avenue & Kina Grannis acoustic cover) on...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

8 ou 80 - Pitty



Todo mundo tem segredo
Que não conta nem pra si mesmo
Todo mundo tem receio
Do que vê diante do espelho

Eu só quero o começo
Me entedia lidar com o meio
Quero muito, tenho apego
Já não quero e só resta desprezo

Nem sempre ando entre os meus iguais
Nem sempre faço coisas legais
Me dou bem com os inocentes
Mas com os culpados me divirto mais

Todo mundo tem segredo
Que não conta nem pra si mesmo
Todo mundo tem receio
Do que vê diante do espelho

Todo mundo tem desejo
Que não divide nem com o travesseiro
Um remédio pra amargura
Ou as drogas que vêm com bula

Nem sempre ando entre os meus iguais
Nem sempre faço coisas legais
Me dou bem com os inocentes
Mas com os culpados me divirto mais

Não conheço o que existe entre o 8 e o 80

Nem sempre ando entre os meus iguais
Nem sempre faço coisas legais
Me dou bem com os inocentes
Mas com os culpados me divirto mais

Ah... eu me divirto mais

sábado, 14 de maio de 2011

Noite clara


[Trecho do Poema]

A rotina dá uma trégua,
e me entrego ao ócio da observação.
O espelho me aponta traços que desconheço,
mas insisto em olhar pelos ângulos peculiares a mim
[e às experiências que trago na bagagem.]

A vida me atinge de maneira branda,
porém não menos severa,
saio do abismo e volto a cair outras vezes mais...
[incansável e sem lamúrias.]

08/05/2001
Às 02:12h
Uberlândia-MG
[Na mesa de um dos bares da vida]

sábado, 30 de abril de 2011

Princípios do Reiki


HOJE EU ABANDONO A RAIVA.
HOJE EU ABANDONO AS MINHAS PREOCUPAÇÕES.
HOJE EU CONTO COM TODAS AS MINHAS BENÇÃOS.
HOJE EU FAÇO O MEU TRABALHO HONESTAMENTE.
HOJE EU SOU GENTIL COM TODAS AS CRIATURAS VIVAS.



Há exatos oito anos conheci o que faria toda a diferença na minha vida em todos os sentidos da existência humana, seja comigo mesmo ou para com os outros. O Reiki, é uma palavra japonesa que significa “Energia Vital Universal”, também é considerada uma terapia complementar, um método de cura com a imposição das mãos. Não é uma religião e nem uma crença. Ele abre novos caminhos para experiência espiritual e o aprendizado. Sou iniciado no 3ºNível de Reiki Integrado. Procure mais a respeito.

domingo, 24 de abril de 2011

Ivone Mamede Martins - um bairro, uma vida

HUMBERTTO, Eduardo. Ivone Mamede Martins - um bairro, uma vida. Jornal Fundinho Cultural. pg 08. Abril/2011, Ano VIII. Uberlândia-MG.

Quem se interessa pelo bairro Fundinho - seja como história concreta da cidade ou um ambiente acolhedor para se estar - tem a consciência da importância da memória oriunda das pessoas que construíram o espaço físico e também afetivo que hoje o bairro representa para seus moradores e admiradores.

Há 85 anos nascia na rua 13 de maio (atual Av. Princesa Isabel), uma das moradoras mais antigas e fiéis do bairro, D. Ivone Mamede Martins. Filha de Maria Rosa Conceição e José Pedro Mamede, seu pai era sapateiro e trabalhava no boteco do Chico Mamede (seu irmão), ao lado da antiga ‘Farmácia do Álvaro’ (atual esquina da rua XV de novembro com rua Felisberto Carrejo).

As memórias mais remotas que D. Ivone sempre se recorda são de quando ainda jovem passeava com a mãe para olhar as vitrines do bairro, que naquela época já davam indícios do futuro de comércio borbulhante, e também de freqüentar os cinemas, que era o grande divertimento e distração da época.

D. Ivone se casou ainda bem cedo com 21 anos de idade com João Martins da Silva (in memoriam), filho do senhor Messias e de D. Maria Tôca, desta união nasceram dois filhos, e mais tarde oito netos e doze bisnetos. Seu marido era funcionário do DER-MG, e faleceu em decorrência de uma doença neurológica, ela teve bastante apoio da família durante este período difícil.

Quanto à sua residência de maior permanência durante a vida, foi na rua Vigário Dantas em frente ao Colégio Federal, em um conjunto de casas tombado pelo patrimônio histórico municipal, trata-se de uma construção muito antiga, e que nos diz bastante dos primórdios da arquitetura em nossa cidade e região. Atualmente ela reside na Av. Princesa Isabel na divisa com o bairro Tabajaras.

Em depoimento, D. Ivone afirma: “Gosto muito daqui, adoro o bairro Fundinho, nunca tive vontade de morar em outro lugar”. E quando indagada sobre o Fundinho do passado, ela relembra: “Antigamente era bom, a gente podia sentar na porta de casa, conversar mais com os vizinhos... hoje é tudo fechado, quase não nos vemos”.

É de extrema importância para o registro da história que pessoas com tamanha ligação com o objeto de nosso apreço como D. Ivone sejam ouvidas e mais ainda, sejam instigadas a contribuírem para a perpetuação de uma memória individual quando ela se torna coletiva, pois será de onde as futuras gerações vão subsidiar compreensões e reflexões sobre o nosso tempo, espaço e conquistas reais.

Eduardo Humbertto
Sobrinho-neto de D. Ivone

terça-feira, 5 de abril de 2011

[Sobre Experiências Paulistanas]


Tudo começou ainda nas férias letivas deste início de ano, ter novamente um contato com a Armazém Cia de Teatro já era uma necessidade deste o arrebatador "Inveja Dos Anjos", a partir da minha idéia inicial, movi tudo para que se tornasse realidade.
Mobilizei pessoas a fim de compartilhar comigo tudo que um grupo de teatro tem de melhor a oferecer: Teatro em estado puríssimo.
Foram dias e mais dias de produção, contatos, reservas, pagamentos, confirmações, envios, recebimentos, enfim... tudo que uma produção vitoriosa tem que passar para merecer ser chamada de vitoriosa.

Cheguei a São Paulo no sábado (02/04) manhã de certo calor e muita ansiedade para com o que estava por vir, mas sem rodeios, foi uma das melhores e a mais tranquila viagem que já fiz até hoje. Para otimizar o meu tempo, fiz minha programação toda no centro mesmo...

Primeiramente uma passada na Galeria do Rock que estava lotada, mas com a variedade de sempre que enlouquece qualquer um... em seguida uma visita à Catedral da Sé... foi o único momento do dia que eu parei, literalmente, respirei e agradeci a oportunidade de mais uma vez estar ali, e por tudo ter se encaminhado da melhor maneira possível.

Logo mais à noite, pude conferir o espetáculo "Antes da Coisa Toda Começar", novo trabalho da Armazém Cia. de Teatro, estar com eles foi o que me motivou a organizar e articular a ida a São Paulo. E mais ainda foi sentir que todo o esforço valeu a pena.
Uma das grandes surpresas da noite, foi o presente que recebi do diretor Paulo de Morais, um DVD do espetáculo "Inveja Dos Anjos", na hora fiquei sem palavras, sem ação, porém, muito emocionado com a atenção e carinho do grupo comigo. É uma coisa que nunca mais sai da minha memória, seja enquanto artista ou enquanto pessoa. Quero muito agradecê-los, deixando claro mais uma vez a minha admiração por todos eles, e que continuem nos presenteando a cada trabalho.

Por enquanto é isso... se caso lembrar de algo mais, venho aqui e acrescento.
Abraços.

quarta-feira, 30 de março de 2011

[Sobre muitas coisas...]


Após passar por um surto criativo intenso e expurgador escrevendo muitos poemas em um curto espaço de tempo, agora estou na calmaria, e a prosa está tentando de todos os jeitos tomar conta de uma mente que muito tem a falar dos últimos tempos.
Confesso que nessa intenção vou me aperfeiçoando nas metáforas, afinal, o que seria de mim sem elas? Eu acho que simplesmente não escreveria se elas não existissem. Explicando melhor, acredito que o que eu escrevo não deve ser definitivo, pronto, acabado e sim, aberto para a compreensão que o outro (leitor) poderá tirar para si dentro do seu próprio contexto de vida e de experiência que esteja passando. Aí está verdadeiramente o lugar do escritor/poeta, transmitir algo abrindo as possibilidades de compreensão.

Ando bastante reflexivo nos últimos tempos, tudo que me acontece anda sendo um pedido de análise, olhar com cuidado, uma pausa com alucinações cheias de verdade. Volta e meia consulto o dicionário para entender o real significado de palavras chaves, a fim de facilitar esse processo de compreensão. A vida vai se mostrando como ela é ou deve ser na sua essência, as pessoas vão passando pela pineira da seleção natural, fato este que me deixa muito assustado, muitas não atravessam a pineira para ficarem na sua vida porque elas não querem. Chega até a ser chocante em alguns casos... mas tudo bem, a vida é assim mesmo... e como bem diz aquela música de Milton Nascimento "tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai pra nunca mais", e assim vou seguindo tentando olhar pra frente mas não deixando totalmente de olhar o que passou.

Essa falta de clareza não me permite escrever em verso, sinto então a necessidade da prosa para tentar ser mais preciso...

Pode ser este o post mais sem sentido do meu blog até hoje, considerando que os demais foram bastante pontuais. Mas estou sentindo a necessidade de me comunicar, e escrevendo eu consigo atingir este estado.
Tantas coisas boas acontecendo na minha vida, um milhão de oportunidades de ouro ao mesmo tempo, temo até não conseguir suprir todas, mas já passei por tantas coisas e já enfrentei outras tantas na vida com apenas 21 anos de idade, que a minha força vai se renovando a cada desafio. Se 2010 foi um ano das maiores oportunidades que me surgiram, 2011 em seus 3 meses já me deixa sem fôlego.

O teatro mais uma vez está sendo meu apoio mais sincero, apesar de ser quem mais está me exigindo, por outro lado, também é o que mais me consola nas minhas lamuriações. Montar "As Bruxas de Salém" não poderia ter vindo em momento melhor, no que diz respeito à significação que isso sugere a mim particularmente... caçar as bruxas em si mesmo e nos outros será uma tarefa surpreendente em todos os sentidos.

"Não sei onde vou chegar, só sei que estou no caminho."

Até qualquer hora.

OBS: Este post será alterado várias vezes, na medida que eu for me lembrando dos assuntos que quero tratar, venho aqui e complemento.

terça-feira, 22 de março de 2011

Eu temia...

Hoje recebi essa mensagem, e gostaria muito de compartilhar com os meus amigos/leitores, vale a pena conferir e acima de tudo refletir.

EU TEMIA...

Eu tinha medo de ficar só até que aprendi a gostar de mim mesmo.

Temia fracassar...
Mas percebi que só fracasso se desistir.
Eu tinha medo do que as pessoas pudessem pensar de mim...
Até que percebi que o que conta realmente é o que penso de mim mesmo, com consciência, lucidez e humildade.

Eu temia ser rejeitado...
Até que percebi ter fé em mim mesmo, que sou meu maior companheiro.
Eu tinha medo da dor...
Até que percebi que o sofrimento só me ajuda a crescer e afasta de mim a arrogância.

Eu temia a verdade...
Até descobrir que a verdade é um espelho quebrado em mil pedacinhos.
Ninguém é dono da verdade,
Pois não tem mais do que um caco dela.

Eu temia as perdas e a morte...
Até que aprendi que as perdas não representam o fim, mas o início de um novo ciclo.
Temia o ódio...
Até que aprendi que o ódio é um veneno que a pessoa toma pensando atingir o outro.

Eu temia o ridículo...
Até que aprendi a rir de mim mesmo.
Temia ficar velho...
Até que compreendi que posso ganhar sabedoria a cada dia.

Temia ser ferido nos meus sentimentos,
Até que aprendi que ninguém consegue me ferir sem minha permissão.

Temia a escuridão...
Até que entendi a importância da luz de uma pequena estrela.
Temia mudanças...
Até que percebi as mudanças pelas quais tem que passar uma bela borboleta antes de poder voar.
Eu ainda tinha medo de ficar só,
Até que aprendi que a única pessoa que estará comigo em todos os momentos da minha vida sou eu mesmo!

Vamos enfrentar cada obstáculo à medida que apareça em nossas vidas com coragem e confiança.

E não esqueça:
Nunca desista de você!!!

sábado, 19 de março de 2011

Otelo, O Grande

FONTE: Jornal CORREIO de Uberlândia - 19/03/2011
http://www.correiodeuberlandia.com.br/pontodevista

Na Grécia Antiga acreditava-se que a memória era sobrenatural, um dom a ser exercitado, é uma referência clara à deusa ‘Mnemosyne’, mãe das Musas, que protegem as artes e a história, já para os romanos a memória era considerada indispensável à arte. Sendo assim, acredito se tratar de uma faculdade humana individual e coletiva que deve ser continuamente alimentada, consultada e inegavelmente preservada.

Trazendo para o nosso contexto espacial e peculiar, quando reflito sobre o termo memória, correlaciono a um estímulo automático, particularmente me prendo às biografias — que vou chamar aqui de sucessões de acontecimentos simultâneos, ou não, que resultam em algo maior que se desprende do tempo e lugar tornando-se um bem universal — partindo dessa reflexão, o nome que mais vibra é o de Sebastião Bernardes de Souza Prata, o Bastiãozinho da antiga São Pedro de Uberabinha.

Para escrever, quero me descolar drasticamente dos últimos acontecimentos, onde o nome dele é lembrado apenas como um espaço cultural interditado, pois temo me retirar paulatinamente do meu foco principal, que é ressaltar a memória de um dos maiores artistas que o país já teve e que é filho desta terra, o Grande Otelo, mas não o teatro, e sim o artista, o mesmo desinibido que cantava e dançava maxixe para os hóspedes do extinto Hotel Goyano (atual Edifício Rubens De Freitas), a figura exótica que estudava na Escola Bueno Brandão, que tinha medo de passar na frente do cemitério, e cujo talento ganhou os palcos do Brasil e do mundo.

Apesar da vida dura de grandes dificuldades e das tragédias pessoais, o trabalho de Grande Otelo contribuiu decisivamente para a criação de uma linguagem nacional de teatro musical, que ficou expressa por meio do brasileiríssimo teatro de revista. Fato este que ficou marcado na história do teatro brasileiro e foi devidamente tratado na última biografia lançada: “Grande Otelo, uma biografia”, de Sérgio Cabral.

Com uma carreira rica no teatro, no cinema e na televisão contemplada não somente como ator, mas também como cantor, compositor e poeta. Grande Otelo era muito admirado no meio artístico. Bibi Ferreira, uma das atrizes brasileiras mais importantes do século 20 e ainda em atividade, disse em depoimento: “Eu poderia falar páginas e páginas sobre Grande Otelo como amigo, colega ou ator. Resumo tudo no que outros já disseram, Otelo é gênio. Simplesmente isso”.

Um artista negro, numa época em que o preconceito não era velado, e sim bastante escancarado, enfrentou grandes percalços para fazer história e se tornar o uberlandense mais ilustre, contudo, acredito que ele não queria ter monumentos em sua homenagem, e sim que as pessoas e a memória da cidade se lembrassem dele e se apropriassem, como verdadeiramente era, um grande artista, o nosso Grande Otelo.

Buscar o contato com a história de Sebastião Bernardes de Souza Prata não é apenas idolatrar um conterrâneo é, acima de tudo, reconhecer nele a nossa força e capacidade de atingir o que a primeira vista nos parece impossível, é também consolidar um exemplo de vida e firmar uma referência da nossa gente perante o mundo. Não è a toa que o nome de Grande Otelo está sendo entoado neste momento em que a população pede cultura e mais espaços para a arte teatral.

Eduardo Humbertto
Estudante universitário
eduardohumbertto@hotmail.com

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Retrato do Desconhecido

Por Augusto Frederico Schmidt

Ele tinha uns ombros estreitos, e a sua voz era tímida,
Voz de um homem perdido no mundo,
Voz de quem foi abandonado pelas esperanças,
Voz que não manda nunca,
Voz que não pergunta,
Voz que não chama,
Voz de obediência e de resposta,
Voz de queixa, nascida das amarguras íntimas,
Dos sonhos desfeitos e das pobrezas escondidas.

Há vozes que aclaram o ser,
Macias ou ásperas, vozes de paixão e de domínio,
Vozes de sonho, de maldição e de doçura.
Os ombros eram estreitos,
Ombros humildes que não conhecem as horas de fogo do
amor inconfundível,

Ombros de quem não sabe caminhar,
Ombros de quem não desdenha nem luta,
Ombros de pobre, de quem se esconde,
Ombros tristes como os cabelos de uma criança morta,
Ombros sem sol, sem força, ombros tímidos,
De quem teme a estrada e o destino
De quem não triunfará na luta inútil do mundo:
Ombros nascidos para o descanso das tábuas de um caixão,
Ombros de quem é sempre um Desconhecido,
De quem não tem casa, nem Natal, nem festas;
Ombros de reza de condenado,
E de quem ama, na tristeza, a sombra das madrugadas;
Ombros cuja contemplação provoca as últimas lágrimas.

Os seus pés e as suas mãos acompanhavam os ombros
num mesmo ritmo.
Mãos sem luz, mãos que levam à boca o alimento
sem substância,
Mãos acostumadas aos trabalhos indolentes,
Mãos sem alegria e sem o martírio do trabalho.
Mãos que nunca afagaram uma criança,
Mãos que nunca semearam,
Mãos que não colheram uma flor.
Os pés, iguais às mãos
— Pés sem energia e sem direção,
Pés de indeciso, pés que procuram as sombras e o esquecimento,
Pés que não brincaram, pés que não correram.

No entanto os olhos eram olhos diferentes.
Não direi, não terei a delicadeza precisa na expressão
para traduzir o seu olhar.
Não saberei dizer da doçura e da infância daqueles olhos,
Em que havia hinos matinais e uma inocência, uma tranqüilidade,
um repouso de mãos maternas.

Não poderei descrever aquele olhar,
Em que a Poesia estava dormindo,
Em que a inocência se confundia com a santidade.
Não poderei dizer a música daquele olhar que me surpreendeu um dia,

Que se abriram diante de mim como um abrigo,
E que me trouxe de repente os dias mortos,
Em que me descobri como outrora,
Livre e limpo, como no princípio do mundo,
Envolvido na suavidade dos primeiros balanços,
Sentindo o perfume e o canto das horas primeiras!
Não direi do seu olhar!

Não direi do seu olhar!
Não direi da sua expressão de repouso!
Ainda não sei se era dele esse olhar,
Ou se nasceu de mim mesmo, num rápido instante de paz
e de libertação!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Esquadros - Adriana Calcanhotto ♫

Composição: Adriana Calcanhotto

Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!

Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção
No que meu irmão ouve
E como uma segunda pele
Um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Ai, Eu quero chegar antes
Prá sinalizar
O estar de cada coisa
Filtrar seus graus...

Eu ando pelo mundo
Divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Nos meninos que têm fome...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?
Transito entre dois lados
De um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo
Me mostro
Eu canto para quem?

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Pensamento


[Trecho do Poema]

Os bons momentos
são mais claros
quando já não são tão bons assim.

O agradecimento deve vir
embutido à [saudade],
e preceder a reflexão.

27/01/2011
Às 15:38h
Uberlândia-MG

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Balanço


[Trecho do Poema]

Escrever agora é um perigo,
eu bem sei...
As palavras não tem o sentido,
a intensidade e a clareza de que necessito tanto.

A inspiração tenta,
eu lanço o olhar em volta,
porém, o meu ‘ilhamento’ não me deixa
enxergar além do próprio eixo.
Cadê as perspectivas? Os sonhos? A simplicidade da vida?


05/02/2011
Às 16h05min
Uberlândia-MG

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Do Ofício de Viver

Por Shyrley Pimenta

O insuportável não é só a dor, mas a falta de sentido da dor, mais ainda, a dor da falta de sentido. (Oswaldo Giacoia Jr.)
Os escritos do filósofo alemão Nietzsche propõem-nos uma luta ferrenha contra tudo e contra todos os que insistem em rebaixar o homem, torná-lo escravo do mundo e dos poderes instituídos. O homem do nosso tempo precisa mergulhar fundo nos textos do referido filósofo, se quiser readquirir a liberdade perdida, o sentido superior da existência, se quiser quebrar os grilhões que o mantêm atado a uma vida de prazeres desordenados, entorpecentes e alienantes. A proposta do filósofo-poeta é que o homem aprenda a se confrontar, superando sua covardia, sua escravidão consentida, sua aptidão demasiado fácil para a submissão, a domesticação.

Nosso tempo exige homens e mulheres “apaixonados” pela vida, capazes de manter a cabeça erguida, apesar das dores do mundo, buscando iluminar (ou decifrar) os enigmas, as engrenagens, as armadilhas sutis da existência, sobrecarregada de vaidades, intrigas e preconceitos. Urge que nos coloquemos a inevitável questão: o que em nós se curva, tão facilmente, à vontade arbitrária de outrem?

Frente à liberdade ameaçada e aos sonhos frustrados, o instinto de sobrevivência nos impele a buscar alternativas. Para opor-se às tendências culturais dominantes, entre as quais se destaca o atual isolamento social humano, a arte em geral se coloca como uma poderosa força de resistência, um ponto de partida para o novo, para uma transformação radical das estruturas sociais opressivas, desumanas, cruéis. (Que o prezado leitor me perdoe por retomar o mesmo tema. A boca fala do que está cheio o coração). De fato, a arte pode colocar-nos na presença do indizível, preenchendo espaços vazios, dando alento e força para as necessárias transformações. Você, leitor amigo, que conhece a música de um Wagner, de um Mozart, a tragédia grega antiga, os grandes nomes da literatura universal, sabe bem de que falo.

A arte leva-nos a confrontar, com trágica sinceridade, nossos fracassos, nossa intolerância, nossas fraquezas, enfim, a matéria prima (o barro) de que somos feitos. A arte pode confrontar-nos, de forma funda e integral, com nossa ambiguidade, aparentemente sem saída, com nosso desinteresse pela leitura atenta dos caprichos a que a vida nos submete.

A arte nos propõe um desfiar cuidadoso da nossa intimidade e, ao mesmo tempo, um estilo clínico de observar e auscultar o mundo, sem tempo para futilidades, com a determinação e a persistência de condenados à morte (pois que o somos, de fato). Enfim, o convívio com a arte pode ser um modo melhor de lidar com os desacertos, com a crueldade, com a atmosfera envenenada do mundo.

Tropeçando nas palavras, nos acontecimentos, vamos abrindo brechas e clareiras, e com os fiapos da nossa vida banal, quem sabe, possamos reescrever uma narrativa nova, transformando nossa paisagem de desamparados, produzindo um milagre (profano), alimentado pelo desejo forte e profundo de também sermos abraçados pela tal felicidade. Pois, como já disse o cronista Luis Fernando Veríssimo, o ofício de viver requer prática, habilidade e um talento incomum. A vida, minha gente, não é pra qualquer um!

FONTE: Coluna 'Ponto de Vista', do Jornal CORREIO de Uberlândia. 02/02/2011.
http://www.correiodeuberlandia.com.br/blog/REDACAO/37/ponto_de_vista.html

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

20 anos blue - Elis Regina ♫

Ontem de manhã quando acordei
Olhei a vida e me espantei
Eu tenho mais de 20 anos

E eu tenho mais de mil perguntas sem respostas
Estou ligado num futuro blue

Os meus pais nas minhas costas
As raizes na marquise
Eu tenho mais de vinte muros
O sangue jorra pelos furos pelas veias de um jornal
Eu não te quero
Eu te quero mal

Essa calma que inventei, bem sei
Custou as contas que contei
Eu tenho mais de 20 anos

E eu quero as cores e os colirios
Meus delirios
Estou ligado num futuro blue

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Vasto


[Trecho do Poema]

O ar comprimido
não me sustenta,
e o que vejo foge
da minha visão cotidiana,
a melodia ao fundo me
acalma,
alenta,
conforta,
tranqüiliza e
[me prende...]

Piso no desconhecido
e consigo ir mais longe...
não preciso alterar o passo,
no caminho surpreendente
retiro meus próprios obstáculos.


29/12/2010
Às 23:17h

domingo, 23 de janeiro de 2011

Encontro



[Trecho do Poema]

Com a poesia intrínseca
nos gestos, na feição e na atitude,
os tempos da minha vida são expostos,
com a dureza da verdade
e a libertação do auto conhecimento.


23/01/2011
Às 16:26h
Uberlândia-MG

Gentileza - Marisa Monte ♫

Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta

Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca

Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de Gentileza

Por isso eu pergunto
À você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria

O mundo é uma escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o Profeta

http://www.youtube.com/watch?v=mpDHQVhyUrY&feature=player_embedded

sábado, 22 de janeiro de 2011

Salmo 23 (22)


Javé é o meu pastor.
Nada me falta.
Em verdes pastagens me faz repousar;
para fontes tranquilas me conduz,
e restaura as minhas forças.
Ele me guia por bons caminhos,
por causa do seu nome.
Embora eu caminhe por um vale tenebroso,
nenhum mal temerei, pois junto a mim estás;
teu bastão e teu cajado me deixam traqüilo.

Diante de mim preparas a mesa,
à frente dos meus opressores;
unges minha cabeça com óleo,
e minha taça transborda.
Sim, felicidade e amor me acompanham
todos os dias da minha vida.
Minha morada é a casa de Javé,
por dias sem fim.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Jóia de um povo - o coração da metrópole que pulsa vida


Meus pés pisam firme neste chão,
os olhos se perdem nos detalhes,
meus braços querem abraçar o que já não existe mais
são os fragmentos de uma história que o tempo devorou.

Reviro o baú precioso da nossa história,
encontro a jóia mais antiga e relucente...
é o Fundinho, nosso começo ancestral,
do presente borbulhante
e futuro da recriação contínua.

Fundinho - o berço da gente -,
é o aconchego de estar em casa,
A beleza de vislumbrar suas edificações,
onde o hoje se harmoniza com o ontem,
é inspirador andar por suas ruas cheias de história.

Continuarás guardado sempre
como a jóia mais preciosa de um povo,
que se orgulha de aqui viver
e continuamente se encantar
com o seu charme e poesia .


Texto: Eduardo Humbertto
Quadro: Hélvio Lima, Coreto, 2006.
FONTE: Jornal Fundinho Cultural, edição 15. Março 2010 - Ano VII. Uberlândia-MG

domingo, 16 de janeiro de 2011

1º Concurso de Poesia BELACOP LIVROS!


Caros leitores/amigos,

Venho dividir com vocês mais uma conquista literária que obtive hoje. Se trata do 1º Concurso de Poesia BELACOP LIVROS. Fui um dos selecionados para compor uma publicação da editora paulistana Belacop, a ser lançada no próximo mês em São Paulo-SP.
O responsável pelo reconhecimento foi o poema "Ruir-se", que escrevi no ano passado enquanto tomado pelos estudos do universo da obra de Samuel Beckett, por conta da montagem do espetáculo "Fim de Partida" do qual fiz parte. O poema também foi inserido no programa do espetáculo, sendo assim, todos que assistiram possuem um exemplar.

Parte do programa do espetáculo "Fim de Partida".


E vamos seguindo em frente... o ano está apenas começando.
Abraços, e aguardem novos textos.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Verbos


[Trecho do Poema]...

Nas verbalidades implícitas,
saio em busca da compreensão que não existe.
A subjetividade guia uma mente que não descansa
[e ponto.]


14/01/2011
Às 12:25h
Uberlândia-MG

domingo, 9 de janeiro de 2011

Parto


[Trecho do poema]...

Aprecio quando o poema
Tenta um diálogo antes de vir à tona.
Mesmo sem precisão,
ele me diz como quer ser visto.

04/11/2010
Às 11:08h
Uberlândia-MG

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

De Largo da Matriz à Praça Cícero Macedo – o nosso marco zero

Por Eduardo Humbertto


Parte das antigas terras de D. Francisca Alves Rabelo, a Praça Cícero Macedo, está totalmente diferente de seus primórdios, e permeia memórias alegres - não muito distantes - da minha infância, lá aprendi a andar de bicicleta, - idos tempos em que as crianças brincavam fora de casa -, percebia desde cedo se tratar de um local importante para a cidade, mas não entendia o quanto.

Cenário de inúmeras alterações que o tempo, as pessoas e as circunstâncias foram responsáveis, a praça permanece ali como se nenhuma transformação a tivesse abalado. Estar nela é experienciar o quanto a história é dinâmica e surpreendente.

A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo - onde meus avós selaram um casamento que durou por toda uma vida -, só existe no quadro da sala de jantar, apreciá-lo é uma viagem no tempo de ruas sem calçamento, transeuntes que povoavam o imaginário da pequena Uberabinha, e mais ainda, é sentir a presença de um passado remoto, mas que ressurge como um enredo que pulsa e não quer ser apagado.

Até bem pouco tempo os moradores do entorno da praça enfrentavam problemas de ordem pública, se tratava do uso errôneo do espaço por parte de jovens para festas nas madrugadas, com bebidas, muito barulho, o que levava ao desrespeito à lei do silêncio e da ordem. Em virtude disto, um Termo de Ajustamento de Conduta foi firmado entre os moradores, Prefeitura Municipal, Ministério Público Estadual, Polícia Militar e representante do mercado situado na praça, para restringir as atividades das 5h às 24h com rondas diárias da Polícia Militar, e conseqüentemente cessar o comportamento equivocado dos jovens. A medida se mostra eficaz e está trazendo tranqüilidade aos moradores.

Existe pendente a execução de um projeto de revitalização da praça, evidenciando ali o marco zero da pacata São Pedro de Uberabinha que se tornou a Uberlândia moderna, progressista e ambiciosa. Aguardamos muito por este momento de perpetuação de um espaço tão importante para a nossa memória, e que as futuras gerações possam ler a história da cidade apenas transitando pelas ruas e praças do bairro Fundinho, e não somente pelos livros ou histórias contadas pelos mais vividos.

FONTE: Jornal Fundinho Cultural, edição 18. Dezembro 2010 - Ano VII. Uberlândia-MG