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23/04/2009
Teatro moderno
O fenômeno da tecnologia digital já varreu do mapa do mundo os discos de vinil, as fotografias, os filmes e começa a eliminar o teatro convencional. Em pouco tempo, não haverá mais apresentações de peças teatrais em palcos armados como ainda acontece hoje. A exibição física de atores em palcos está para acabar definitivamente porque, simplesmente, as pessoas não irão mais ao teatro.
Hoje se fala em teatro híbrido, cibernética e em outras técnicas digitais. As transmissões ao vivo pela web já começaram na Europa, nos Estados Unidos, no Japão e em breve chegarão ao Brasil. O intuito desse sistema é ligar palcos e levar espetáculos às plateias de todo o mundo ao mesmo tempo. Em breve poderemos assistir, no Brasil, em um aparelho de TV digital ou em uma grande tela armada em nossa casa, a um espetáculo exibido no Teatro Scala de Milão ou na Ópera de Paris. Tudo digitalizado. O teatro convencional caminha para o fim inevitável. Ninguém mais vai precisar sair de casa para assistir a um espetáculo em teatro como no passado. Esse tipo de teatro e de espetáculo, com exibição de atores ao vivo, está praticamente no fim. Prédios, como o do teatro que está em construção em Uberlândia, vão se transformar em elefante branco, vermelho ou de qualquer outra cor, mas não servirão para exibir espetáculos teatrais tradicionais. Não servirão simplesmente porque não haverá mais espectadores dispostos a sair de casa para assistir às comédias ou dramas de palco. O modelo de teatro grego morreu e muita gente ainda não percebeu.
Teodomiro Parreira Santiago
Uberlandense
Estudante de Artes no Rio de Janeiro
Que coisa, não?!!! Agora leia o meu texto abaixo...!

29-04-2009
Teatro, sim! [2]
Apesar de ser muito otimista, já disse a mim mesmo várias vezes: “Não se espante com mais nada nesta vida”. Mas, está aí uma meta que não consegui levar adiante, pois na ação cotidiana de ler este jornal, no dia 23/4/2009, me deparei com o título “Teatro Moderno”, nesta coluna, posso afirmar que espanto foi a palavra mais simplória que me veio à mente. No texto insípido, o autor que se apresenta como estudante de Artes faz previsões aterradoras sobre a arte teatral na atualidade, tais como: “Em pouco tempo, não haverá mais apresentações de peças teatrais em palcos armados como ainda acontece hoje em dia. A exibição física de atores em palcos está para acabar definitivamente porque, simplesmente, as pessoas não irão mais ao teatro”.
Em um dado momento, movido por uma imensa vontade de acertar, ele afirma: “Em breve poderemos assistir, no Brasil, em um aparelho de TV digital ou em uma tela armada em nossa casa, a um espetáculo no Teatro Scala de Milão ou na Ópera de Paris. Tudo digitalizado. O teatro convencional caminha para o fim inevitável”.
Bom, isto tudo me remete a um artigo que escrevi há quase um ano, onde a indagação que fiz cabe exatamente para a nossa reflexão, será o nosso sistema educacional o culpado? Ou se trata de uma alienação resultante da cultura de massa? Ou ainda de uma completa negação de toda a história do ser humano no planeta? Acho intrigante como estão subestimando a arte do teatro com a chegada da TV digital, parece que tal salto tecnológico também tem o poder de substituir o fenômeno teatral em si e de trazer à tona a experiência de troca que só o teatro pode proporcionar. Na Universidade Federal de Uberlândia há um curso de Teatro, sim, isso mesmo, um curso superior em que se formam licenciados e bacharéis, não só aqui como em tantos outros lugares do País e do mundo, então se deve ter cautela para afirmar que as pessoas não vão mais ao teatro ou que seu fim está decretado como algo indelével. Reflita sobre.
Quero parabenizar o CORREIO de Uberlândia por manter este espaço tão democrático aos leitores, onde podemos opinar e nos enriquecer com as opiniões apresentadas, mesmo que não sejam equivalentes às nossas.
Eduardo Humbertto
Estudante universitário
Uberlândia (MG)