quarta-feira, 4 de março de 2009

Surpresa Agradável!

Já disse aqui em outras oportunidades, que o melhor de escrever, é encontrar pessoas que se identificam com o que vocês escreve, e nisso gerar um debate super interessante, isso definitivamente NÃO TEM PREÇO.
Em 11/02/2009 foi publicado um artigo meu no CORREIO de Uberlândia, sobre a revitalização do centro de Uberlândia e a possível demolição da Biblioteca Pública Municipal, foi um artigo que repercutiu muito positivamente, pois consegui mexer num ponto sensível de quem realmente tem amor e preocupação com Uberlândia.
A publicação desse meu artigo gerou, alguns dias depois a publicação de um outro, escrito pelo jornalista Alberto de Oliveira, que realmente me sensibilizou, não por reafirmar o que eu já havia dito, mas mostrar um outro lado da nossa história que não pode ser simplesmente apagado, como iria ser feito.

Disponiblizo abaixo o artigo de Alberto de Oliveira, que foi publicado na coluna 'Ponto de Vista' do CORREIO de Uberlândia do dia 19/02/2009.


ERA UMA VEZ UM ENGENHO...

“Lendo o CORREIO de 11/1/2009 concordei com o Ponto de Vista escrito pelo jovem Eduardo Humberto Ferreira, cujo título me chamara a atenção: Revitalização do Centro”

Já no primeiro tópico, aquele estudante me fez sentir satisfeito, por saber que não somos apenas nós pessoas mais antigas que nos preocupamos e gritamos por maior zelo administrativo para com os valores da antiguidade ou com aqueles que devam ser preservados como história. Logo pude entender que se tratava de um jovem de consciência bem formada a ponto de se interessar pelos bens de caráter histórico e que poderão indicar para as futuras gerações, como eram erguidas as antigas edificações; quais os materiais empregados nas construções ou para indicar quais as diferenças de vida, de cultura e progresso de um tempo para outro, em um mesmo lugar e mesmo por descendências de gerações. Dizia Eduardo Humberto, que “confesso que estava ansioso e com grandes expectativas sobre o projeto de revitalização do Centro de Uberlândia. Só não poderia supor a primeira grande intenção apresentada pela Prefeitura: demolir o prédio da Biblioteca Pública Municipal e, no lugar, construir um obelisco indicando o marco zero da cidade. Tenho apenas 19 anos de idade porém alimento o mesmo carinho e preocupação de um ancião com a memória e o futuro da nossa cidade, e com uma intuição que teima em rebaixar o meu otimismo pessoal, vislumbro um futuro desprovido de memória viva e uma grave falta de identidade que não merecemos ter. Uberlândia tem a vergonhosa tradição de desfazer-se de suas riquezas culturais, como uma cidade que nasceu no século 19 possui tão poucos resquícios daquela época? Sendo uma cidade que hoje desponta para o progresso desenfreado deveria manter viva a sua memória, seja ela nas pessoas, em seus costumes, arte e também na arquitetura, para no futuro ter algo a contar às gerações vindouras”. Gostei de ler o artigo “Revitalização do Centro”. Oportuno e bem lembrado por este jovem universitário. Tem nele muita coisa certa e própria para meditação, mas... tenho que ficar por aqui, se quiser ganhar um pouco do espaço. O sentimento pela história da cidade que tem este jovem de 19 anos, se emparelha com o meu próprio sentido pela preservação de nossas lembranças ou bens históricos. Mas, quero dizer uma coisa: por aqui “nestas bandas” sempre houve o costume de mexer no que já está feito, até mesmo sem querer saber se há ou não perdas e danos para os setores culturais etc. Lembro-me de um amigo que tocava um bom engenho de cana. Era um setor industrial de tradição. Dizia ele ser o mesmo muito velho e que ia vendê-lo. Assim o fez, mas o dinheiro arrecadado só deu para comprar um carrinho velho de garapa... aquele mesmo, que ficava à porta da Escola Estadual... Também, depois que derrubaram o prédio do Fórum, para então construir a falida Minascaixa, veio a construção da praça Sérgio Pacheco. O paisagista Burle Marx, chamado pelo prefeito Renato de Freitas, construiu lá um jardim de inverno - beleza pura, mas... com a vinda de um outro grande prefeito, o saudoso Virgílio Galassi, este mandou passar o trator por cima. O povo, como de costume, pagou a conta calado que nem carneiro no fundo do corredor...

Alberto de Oliveira
Jornalista
Uberlândia (MG)

Um comentário:

Anônimo disse...

Duds, que massa! Fico orgulhosa em ver que as pessoas estão reconhecendo sua capacidade de critica e escrita. =D
bjss