segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

De Largo da Matriz à Praça Cícero Macedo – o nosso marco zero

Por Eduardo Humbertto


Parte das antigas terras de D. Francisca Alves Rabelo, a Praça Cícero Macedo, está totalmente diferente de seus primórdios, e permeia memórias alegres - não muito distantes - da minha infância, lá aprendi a andar de bicicleta, - idos tempos em que as crianças brincavam fora de casa -, percebia desde cedo se tratar de um local importante para a cidade, mas não entendia o quanto.

Cenário de inúmeras alterações que o tempo, as pessoas e as circunstâncias foram responsáveis, a praça permanece ali como se nenhuma transformação a tivesse abalado. Estar nela é experienciar o quanto a história é dinâmica e surpreendente.

A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo - onde meus avós selaram um casamento que durou por toda uma vida -, só existe no quadro da sala de jantar, apreciá-lo é uma viagem no tempo de ruas sem calçamento, transeuntes que povoavam o imaginário da pequena Uberabinha, e mais ainda, é sentir a presença de um passado remoto, mas que ressurge como um enredo que pulsa e não quer ser apagado.

Até bem pouco tempo os moradores do entorno da praça enfrentavam problemas de ordem pública, se tratava do uso errôneo do espaço por parte de jovens para festas nas madrugadas, com bebidas, muito barulho, o que levava ao desrespeito à lei do silêncio e da ordem. Em virtude disto, um Termo de Ajustamento de Conduta foi firmado entre os moradores, Prefeitura Municipal, Ministério Público Estadual, Polícia Militar e representante do mercado situado na praça, para restringir as atividades das 5h às 24h com rondas diárias da Polícia Militar, e conseqüentemente cessar o comportamento equivocado dos jovens. A medida se mostra eficaz e está trazendo tranqüilidade aos moradores.

Existe pendente a execução de um projeto de revitalização da praça, evidenciando ali o marco zero da pacata São Pedro de Uberabinha que se tornou a Uberlândia moderna, progressista e ambiciosa. Aguardamos muito por este momento de perpetuação de um espaço tão importante para a nossa memória, e que as futuras gerações possam ler a história da cidade apenas transitando pelas ruas e praças do bairro Fundinho, e não somente pelos livros ou histórias contadas pelos mais vividos.

FONTE: Jornal Fundinho Cultural, edição 18. Dezembro 2010 - Ano VII. Uberlândia-MG

2 comentários:

Lucilaine de Fátima disse...

Parabéns! escrevendo para o Jornal Fundinho... Concordo que memórias devem ser prevalecidas.

Adrielly Soares disse...

Parabéns! escrevendo para o Jornal Fundinho... [2]

Acho o Fundinho tão lindo.
Isso é a praça do Empório?
Eu como adolescente de comportamento equivocado não gostei do acordo, mas entendo os moradores. (fui algumas vezes e apesar de nem frequentar lá, gostava de saber que aquilo existia.)