domingo, 8 de fevereiro de 2009

A tal reforma...


Coitada, estava ela no seu canto, inofensiva, calada e sofrendo agressões sem tamanho, mas desta vez foi cruel, ela foi ferida da pior maneira.

Meu maior orgulho de ser brasileiro foi desnecessariamente atacado por aqueles que teimam em nos apontar um futuro nebuloso. Eis que amparo agora, a minha, a sua, a nossa assustada língua portuguesa.

A reforma ortográfica é um fato consumado, alguns procedimentos tão básicos e quase automáticos que realizamos quando estamos redigindo um texto caíram por terra, esta que vai ser pouca para deter os restos mortais de Luís Vaz de Camões, que a esta altura reviram em seu túmulo, no Mosteiro dos Jerónimos em Portugal.
Considero o Brasil um país privilegiado, por ser o único na América que tem o idioma português como língua-mãe, enquanto a maioria fala o espanhol e seus derivados, nós temos a “língua de Camões”, tão doce e agradável, segundo Miguel de Cervantes a caracterizou.

Questiono o verdadeiro motivo de acontecer esta união ortográfica, é realmente necessário desrespeitar as particularidades de cada país que fala o idioma?
Claro. Mudanças são bem-vindas, mas quando são necessárias e esta reforma, sinceramente, só está servindo pra deixar todo mundo confuso, alimentar o mercado de venda de livros entre os países, e o pior de tudo, dar apoio aos que nunca se preocuparam em pelo menos acentuar o que escreve.
São tantas coisas que precisam ser mudadas, principalmente no Brasil, mas sempre apelam para o que é de nenhuma urgência.

HUMBERTTO, Eduardo. Reforma Ortográfica. CORREIO de Uberlândia, Uberlândia, 18/01/2009

2 comentários:

Anônimo disse...

Não sei se vou me adaptar... achei essa reforma tão desnecessária!!!

Adrielly Soares disse...

Ai me irrita essa reforma. =/
Mas vamos tentar nos adaptar já que quem não se adapta é sempre excluido.